Mesmo com as investigações ainda inconclusas, com base em dados técnicos e apurações oficiais é possível relatar diversos aspectos relevantes e verificados sobre o desaparecimento do voo MH 370 da Malaysia Airlines, um dos maiores mistérios da aviação moderna.
1. Dados básicos do voo
- Data do desaparecimento: 8 de março de 2014
- Aeronave: Boeing 777-200ER
- Prefixo: 9M-MRO
- Origem: Kuala Lumpur, Malásia
- Destino: Pequim, China
- Pessoas a bordo: 239 (227 passageiros e 12 tripulantes)
- Situação climática: Condições normais de voo
2. Último contato conhecido
Às 01h19, hora local, os controladores de tráfego aéreo da Malásia receberam a última comunicação verbal do cockpit: “Boa noite, Malaysian três sete zero”. Poucos minutos depois, o transponder da aeronave foi desligado e o avião saiu dos radares civis.
Pouco depois disso, o radar militar detectou o Boeing mudando de curso bruscamente, desviando-se para o oeste, em direção ao Estreito de Malaca. Isso indicava uma alteração deliberada de rota, não reportada oficialmente.
3. Comunicação por satélite após o desaparecimento
Embora o transponder e sistemas de comunicação convencionais tenham sido desligados, o sistema da fabricante britânica Inmarsat ainda recebia “pings” automáticos da aeronave por várias horas. Essa comunicação indicava que o avião continuou voando por mais de seis horas após o desaparecimento dos radares civis, seguindo para o sul do Oceano Índico.
A análise dos dados de satélite sugeriu uma provável rota final ao sul, em uma área remota do oceano, a oeste da Austrália, terminando com a perda de altitude até contato com a água.
4. Busca e localização
A maior operação internacional de busca marítima e aérea da história foi conduzida, com foco no Oceano Índico, a milhares de quilômetros da costa australiana.
Partes da aeronave, como um flap e fragmentos de asa, foram encontradas posteriormente em ilhas do Oceano Índico ocidental, como Reunião, Moçambique e Madagascar, entre 2015 e 2016. As autoridades confirmaram que esses destroços pertenciam ao 9M-MRO, reforçando a teoria de que o avião caiu no oceano.
5. Hipóteses principais sobre a causa
Nenhuma explicação oficial definitiva foi confirmada, mas as principais linhas de investigação técnicas consideram:
- Intervenção humana deliberada: a desconexão manual dos sistemas de comunicação e a alteração de rota sugerem ações intencionais, possivelmente por um dos pilotos.
- Despressurização e voo fantasma: uma falha na cabine poderia ter incapacitado os ocupantes, com o avião voando em piloto automático até a exaustão do combustível.
- Suicídio estendido: alguns especialistas consideram possível que o comandante Zaharie Ahmad Shah, experiente e habilitado, tenha provocado intencionalmente a queda, hipótese sustentada por simulações em seu simulador doméstico, mas sem provas conclusivas.
- Ato terrorista ou interferência externa: não foram encontradas evidências claras nesse sentido, e nenhum grupo reivindicou o desaparecimento.
6. Investigações oficiais
O relatório final do governo da Malásia, de 2018, afirmou que não foi possível determinar a causa exata do desaparecimento, mas confirmou que a alteração de rota foi manual e intencional. Nenhum indício de falha técnica crítica foi encontrado antes da última comunicação. Nenhum dos passageiros demonstrou envolvimento suspeito.
7. Impacto e consequências
- A tragédia levou a mudanças globais nos protocolos de monitoramento contínuo de aeronaves comerciais por satélite.
- Foi criada a iniciativa GADSS – Global Aeronautical Distress and Safety System, para rastreamento obrigatório a cada 15 minutos, ou menos, em situação de emergência.
- Até hoje, o caso é considerado o maior mistério da aviação comercial moderna.
Conclusão
Embora o paradeiro exato dos destroços principais e as causas definitivas da queda do voo MH370 permaneçam desconhecidos, os dados disponíveis permitem concluir que houve uma alteração de curso intencional, seguida de um longo voo até o sul do Oceano Índico, com posterior queda em área remota e profunda, resultando na morte de todos os ocupantes.
As investigações técnicas, até o momento, indicam fortemente uma interferência humana, embora nenhuma prova formal tenha sido suficiente para apontar responsabilidade com certeza absoluta. A busca pela verdade continua sendo um desafio técnico, político e emocional para as famílias das vítimas e para a comunidade aeronáutica internacional.
Fontes; pesquisas virtuais.
Paulo Dirceu Dias
paulodias@pdias.com.br
Sorocaba – SP
21/07/2025