“Humanização no Atendimento” e “Ética na Gestão de Agendas”
A prática médica moderna exige mais do que conhecimento técnico e domínio científico.
A qualidade da relação entre médico e paciente e o compromisso ético com a organização dos atendimentos são componentes fundamentais para a excelência na saúde.
Com base em evidências amplamente comprovadas e em observações recorrentes no cotidiano clínico, propõem-se duas disciplinas complementares a serem incorporadas aos currículos das faculdades de Medicina: Humanização no Atendimento Médico e Gestão Ética da Agenda Clínica.
1. Humanização no Atendimento Médico
Diversas pesquisas e experiências clínicas demonstram que a forma como o paciente é acolhido exerce impacto direto na resposta ao tratamento.
Atendimentos empáticos, respeitosos e acolhedores, realizados por equipes bem orientadas e emocionalmente preparadas, favorecem a recuperação, reduzem efeitos colaterais e ampliam a eficácia terapêutica.
O clima emocional transmitido no contato inicial, seja por recepcionistas, enfermeiros ou médicos, interfere nas reações orgânicas e psicológicas do paciente.
Hospitais e clínicas que adotam boas práticas de acolhimento colhem resultados superiores àqueles com atendimentos burocráticos e distantes. Da mesma forma, está comprovado que ambientes marcados pela impessoalidade ou descuido emocional prejudicam a adesão ao tratamento e geram insegurança.
Diante disso, sugere-se a criação de disciplina voltada à formação emocional e relacional do futuro profissional: Humanização no Atendimento Médico, com foco no desenvolvimento de empatia, comunicação eficaz e compreensão integral do paciente como ser humano.
2. Gestão Ética da Agenda Clínica
É notório o descompasso entre os horários agendados e os efetivamente cumpridos em grande parte dos consultórios médicos. Atrasos frequentes, longas esperas e falta de justificativas revelam prática comum, porém indesejável, que desrespeita o tempo, os compromissos e os direitos do paciente.
Muitas vezes, os atrasos são atribuídos genericamente a “emergências médicas”, sem esclarecimento ou verificação, o que enfraquece a confiança e compromete a imagem do profissional. Embora não se trate, na maioria dos casos, de má-fé deliberada, a recorrência aponta para lacuna formativa quanto à organização e responsabilidade ética na gestão do tempo.
Com vistas a prática médica mais comprometida com o respeito mútuo e a responsabilidade profissional, propõe-se a inclusão da disciplina Gestão Ética da Agenda Clínica, voltada à construção de hábitos organizacionais, pontualidade e valorização do compromisso assumido com cada paciente.
Considerações Finais
Essas duas propostas curriculares não pretendem substituir saberes técnicos, mas complementá-los com valores humanos e atitudes éticas, sem os quais não há medicina de excelência.
São contribuições possíveis e necessárias para que os futuros médicos brasileiros estejam mais preparados para cuidar das pessoas de forma plena, com conhecimento, empatia e compromisso.
Fontes; pesquisas virtuais.
Paulo Dirceu Dias
paulodias@pdias.com.br
Sorocaba – SP
11/07/2025