O Maior de Todos os Mistérios – Giselda Laporta Nicolelis e Miguel Nicolelis, Editora Claro Enigma, 2013, 112 páginas.
Lúdicas e deliciosas viagens pelo conhecimento do cérebro humano.
Nascida em São Paulo, capital, Giselda Laporta Nicolelis é jornalista e escritora com mais de 100 (cem) títulos publicados, de literatura infanto-juvenil, principalmente, ficção, poesia e ensaios. Foi contemplada com inúmeros prêmios literários. É mãe do neurocientista Miguel Nicolelis, que com ela participou da edição deste livro.
Também natural de São Paulo, capital, Miguel Nicolelis cursou medicina e doutorado na Universidade de São Paulo – USP, concluindo pós-doutorado na Hahnemann University da Filadélfia, EUA.
Em 1994 foi trabalhar na Duke University, EUA, onde é professor nos departamentos de neurobiologia, engenharia biomédica e psicologia. Na mesma Duke University, em 2001 fundou o Centro de Neuro-Engenharia da Duke, que dirige até hoje.
É membro das Academias de Ciências Brasileira, Francesa e do Vaticano, e detentor de mais de 30 prêmios internacionais. Foi o idealizador e executor do programa científico “Interface Cérebro-Máquina”. Seu livro “Muito além do nosso eu” foi traduzido para 10 (dez) idiomas.
O considerando como ícone da neurociência, conceituadas revistas científicas, como a Scientific American e a Foreign Policy, o elegeram um dos mais importantes cientistas e pensadores do planeta.
Mudando nossas vidas por meio da evolução da nova neurociência, que une atividades de cérebros e máquinas, entre muitos outros benefícios ao ser humano, seus trabalhos, investigações e pesquisas estão conseguindo fazer com que paraplégicos voltem a andar, utilizando exoesqueletos comandados pela força do pensamento.
Por meio da leitura desse livro, gigante no atingimento de sua finalidade, com grata satisfação e grande facilidade, adultos, jovens e crianças conhecerão e entenderão perfeitamente os antes chamados “mistérios do cérebro humano”, e os grandes avanços científicos recentes, em leitura deliciosamente fácil e elucidativa, também carinhosamente lúdica em toda sua extensão.
Iniciando com criativas, simples e rápidas descrições do surgimento do universo, por meio do “Big Bang” e, da mesma forma lúdica, resumidamente descrevendo alguns fatos históricos importantes, essa deliciosa viagem pelo conhecimento do cérebro humano, e pelas importantes descobertas da atual neurociência, esclarece as razões de hoje podermos acreditar que antigas e ousadas criações da ficção científica estão se tornando realidade, com pessoas e máquinas se conectando à distância, mesmo enormes, usando apenas o cérebro, além de também controlar aparelhos apenas com a força do pensamento, com a nova neurociência avançando além de fronteiras antes consideradas intransponíveis, na atualidade por meio da Interface Cérebro Máquina – ICM.
Nesse livro tudo é explicado de forma resumida, agradável e de facílima compreensão, para todas as idades, mesmo crianças!
É leitura instrutiva e gratificante!
OBSERVAÇÕES NECESSÁRIAS – Sem que comprometam o conteúdo, os editores do livro esclarecem sobre duas citações equivocadas nessa edição, conforme seguem.
1) No capítulo “Vai com tudo menina”, página 57, de forma abreviada é corretamente citada a importantíssima e vitoriosa experiência realizada na Universidade Duke, EUA, com a participação voluntária da Senhora Aurora, auxiliar integrante da equipe de cientistas, acontecimento descrito com detalhes por Miguel Nicolelis em seus livros “O verdadeiro criador de tudo” e “Made In Macaíba”. Entretanto, em capítulos seguintes, ao abreviar relatos de outras exitosas experiências realizadas com símios, o macho “Mando” e a fêmea “Idoya”, também detalhadas por Nicolelis em seus livros, equivocadamente os textos transmitem o entendimento de que Aurora também é uma fêmea símia, o que não é fato.
2) Na página 73, capítulo “Nem o céu é o limite”, descrevem importantes comparações entre iniciativas, ações, ousadias e invenções de grande sucesso nos desenvolvimentos científicos, com as realizações do brasileiro Alberto Santos Dumont. Entretanto, se equivocam ao comparar seus feitos aéreos com a realização dos americanos irmãos Wright, citando “o voo controlado do mais leve que o ar”, realizado com o balão dirigível “Brasil 6” de Santos Dumont, e “o voo planado sem controle do mais pesado que o ar”, dos irmãos Wright, iniciado por impulsão de uma catapulta, omitindo a comparação correta “do voo controlado do mais pesado que o ar” do brasileiro, realizado com seu avião XIV BIS. Os detalhes sobre os acontecimentos, autorias e merecimentos corretos desses fatos podem ser apreciados na matéria “Santos Dumont ou Irmãos Wright?”.
Paulo Dirceu Dias
paulodias@pdias.com.br
Sorocaba – SP
Janeiro de 2021