Absolutistas Fracassados

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Ao longo da história, diversos pretensos líderes tentaram consolidar regimes autoritários e absolutistas, falhando por diferentes razões. 

EXEMPLOS HISTÓRICOS

Zine el-Abidine Ben Ali (Tunísia) – Governou por 24 anos e tentou manter regime autoritário, mas foi deposto em 2011 durante a Primavera Árabe. A revolta popular teve início após o caso de Mohamed Bouazizi, um jovem vendedor de frutas que, em ato de desespero, ateou fogo em si mesmo como forma de protesto contra as condições opressivas do país. A crescente indignação popular levou à sua fuga e ao fim de seu governo. 

Hosni Mubarak (Egito) – Presidente do Egito por quase 30 anos, enfrentou protestos massivos inspirados pela Primavera Árabe. Em 2011 renunciou ao cargo, após forte pressão popular. Posteriormente foi condenado por corrupção e pela morte de manifestantes, cumprindo seis anos de prisão. Faleceu em 2020. 

Muammar Gaddafi (Líbia) – Governou a Líbia por mais de 40 anos, tentando consolidar regime ditatorial. Durante a Primavera Árabe enfrentou revolta armada, quando foi capturado e morto por rebeldes em 2011. 

Mengistu Haile Mariam (Etiópia) – Assumiu o poder após a deposição do imperador Haile Selassie I e instaurou governo socialista, marcado por perseguições e fome coletiva. Seu regime foi responsável por centenas de milhares de mortes. Em 2006 foi condenado por genocídio e crimes contra a humanidade. 

Esses pretensos líderes falharam em suas tentativas de manter o poder absoluto devido a revoltas populares, crises econômicas, pressão internacional e, em alguns casos, intervenções militares.

A história demonstra que, mesmo regimes autoritários aparentemente sólidos, podem ruir diante da resistência do povo e das mudanças políticas globais. 

EXEMPLO BRASILEIRO

Jair Messias Bolsonaro (Brasil) – Ex-presidente do Brasil, governou entre 2019 e 2022 e enfrentou desafios significativos ao tentar consolidar modelo de governo com características autoritárias. Seu governo foi marcado por conflitos institucionais, intensas tentativas de desacreditar o processo eleitoral e embates acirrados com o Supremo Tribunal Federal e o Congresso Nacional. 

FATORES QUE LEVARAM AO FRACASSO NA TENTATIVA DE CONSOLIDAR REGIME AUTORITÁRIO

Resistência institucional – O sistema democrático brasileiro, com suas instituições independentes, reagiu rapidamente e impediu que Bolsonaro consolidasse o controle absoluto sobre o Judiciário e o Legislativo. 

Crise sanitária e econômica – A gestão da pandemia de COVID-19 gerou forte oposição, em razão da demora na compra de vacinas e ao continuado equivocado incentivo de tratamentos alternativos sem comprovação científica

Fracasso em neutralizar obstáculos políticos – Ao contrário de regimes autoritários bem-sucedidos, Bolsonaro não conseguiu eliminar barreiras institucionais, antes de tentar ampliar seu poder. 

Tentativa frustrada de golpe – Em 2023 surgiram acentuadas suspeitas de que Bolsonaro e seus aliados planejavam um golpe, mas a falta de apoio militar e político inviabilizou a ação. 

Seu governo terminou com sua derrota nas eleições de 2022. Em meio de desesperadas e confusas atitudes extremistas, ele deixou o país antes da posse do novo presidente.

Atualmente, juntamente com seus principais aliados, enfrenta investigações sobre sua gestão e possíveis crimes cometidos durante seu mandato.

Fontes; pesquisas virtuais.

Paulo Dirceu Dias
paulodias@pdias.com.br
Sorocaba – SP
28/05/2025

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