Windshear – Fenômeno meteorológico raro e severo, que afeta os voos de aeronaves, principalmente quando acontece próximos a pistas durante operações de pousos e decolagens.
Windshear, ou, tesoura de vento, cortante do vento ou ainda cisalhamento do vento, é a rápida variação de fortíssimas correntes de ventos, com diferentes direções, causando esse efeito na “zona limítrofe” entre as duas correntes.
O fenômeno pode ocorrer em todos os níveis de voo, mas são mais perigosos em baixas altitudes, quando envolvendo aeronaves em operações de aproximação, pouso e/ou decolagem, com rapidíssimas variações nas direções e nas velocidades das correntes de vento, simultaneamente originando violentas turbulências.
Nos últimos anos e atualmente, com o intenso aperfeiçoamento nas observações e previsões meteorológicas, é raro um piloto ser surpreendido por esse fenômeno, que geralmente é observado e/ou previsto, imediatamente gerando instruções dos controladores de tráfego aéreo, alternando os destinos das aeronaves para outros aeródromos, e/ou prorrogando as decolagens previstas.
No planeta são conhecidos poucos casos antigos de aeronaves acidentadas em decorrência desse fenômeno, principalmente no momento do pouso, quando estão com mínima velocidade de voo, e reduzindo, portanto, com baixa sustentação. Nas decolagens a severidade geralmente é pouco menor, em razão da velocidade estar aumentando.
Embora outros fenômenos possam dar origem ao Windshear, é mais comum acontecer na presença de nuvem de tempestade severa na região, a exemplo da Cumulonimbus, ou CB na nomenclatura meteorológica, conforme demonstração na ilustração que segue, acontecendo principalmente na região circundada em vermelho, onde as direções e velocidades divergentes são mais severas. Ainda mais raros, podem acontecer sem a presença local de nuvens de tempestade, quando são identificados como tempestades de “de céu claro”.
Veja a seguir uma imagem mais próxima da realidade, de um CB presente sobre uma pista de pousos e decolagens de aeronaves, e as diversas variações possíveis nas direções dos ventos. Na realidade os pilotos nunca prosseguem com seus pousos ao, de bastante longe, observarem essas nuvens!
Segue ilustração do efeito desse fenômeno sobre uma aeronave que se aproxima para pouso, se e quando o piloto é surpreendido pelo mesmo fenômeno em “céu claro”, ou, sem a presença de nuvens próximas, fato ainda mais raro de acontecer.
Paulo Dirceu Dias
paulodias@pdias.com.br
Sorocaba – SP
Fevereiro de 2019