Transponder

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TRANSPONDER – Na aviação é componente essencial ao comando da aeronave, proporcionando comunicação segura com os controles de tráfego aéreo, por meio de sinais de Radar de Solo.

Ao receber sinal de radar, automaticamente responde enviando dados com importantes informações, com a identificação da aeronave, posição, altitude, velocidade e deslocamento.

Também, é utilizado intensamente na Marinha. Eventualmente, em casos sofisticados, também em sistemas automotivos, principalmente na segurança.

TRANSPONDER – “Transmitter Responder” – Dispositivo eletrônico de comunicação, na condição de Transmissor e Receptor de radar secundário que, acionado corretamente, automaticamente recebe sinais de rádio dos interrogadores de solo, emitidos por antenas especiais de radar, seletivamente respondendo com pulso ou grupo de pulsos, somente àquelas interrogações realizadas, no MODO e CÓDIGO para os quais estiver ajustado, podendo ser modos A, C ou S.

Utiliza grupo de quatro algarismos, de 0 a 7, possibilitando a composição de até 4.096 códigos.

São três os MODOS tradicionais de operação de um transponder normal:

  • MODO A = Responsável pela transmissão dos dígitos alocados no equipamento, identificando na tela do radar a aeronave e sua posição.
  • MODO C = Adicionalmente responsável pela informação da altitude da aeronave, possibilitando também a determinação de outros dados importantes, como  identificação, velocidade, trajetória, deslocamento e outros.
  • MODO S (Selective) = Mais moderno, aumenta significativamente o número de códigos disponíveis, acrescentando outros recursos, como canais para “Comunicações Por Enlace de Dados”, conhecido como ADS-C (CPDL-C), que, por meio de um data-link, troca mensagens na forma de textos.

Atualmente esse sistema é também utilizado para a transmissão de mensagens meteorológicas.

RADAR E TRANSPONDER

Radar Primário = Equipamento eletrônico emitente de sinais eletromagnéticos, que, por reflexão em obstáculos, retornam à antena do mesmo aparelho emissor, denunciando a presença de corpo compacto anônimo no local. Pode ser operacional independentemente de acionamento de transponder à bordo.

Radar Secundário = Seus sinais eletrônicos são captados por um Transponder, instrumento eletrônico de bordo da aeronave, que, configurado na forma adequada, responde automaticamente com sinais diferenciados, interpretados conforme códigos específicos, identificando a aeronave e sua posição (Radar Primário) e/ou sua direção de voo, distância, altitude, velocidade e deslocamento (Radar Secundário), além de possibilitar outros parâmetros utilizados no sistema de Vigilância ou Vetoração Radar.

Para que um Voo Visual possa ser realizado em aerovia, é necessário que possua equipamentos Transponder e de Rádio Comunicação, e que mantenha contato com o órgão de tráfego aéreo de jurisdição da área, reportando suas posições durante a progressão do voo.

TIPOS E MODOS DE TRANSPONDER

Em seu plano de voo apresentado o comandante informa o tipo de transponder que equipa a aeronave, selecionando a letra que corresponde à capacidade do equipamento.

MODO A = Envia 4 dígitos do transponder que foi selecionado pelo piloto, neste caso não possuindo a transmissão de altitude (Modo C).

MODO C = Também composto por 4 dígitos, transmitindo ao controlador a indicação da direção de voo, distância, altitude, velocidade e deslocamento que a aeronave está mantendo.

MODO S = Adicionalmente aos modos A e C, essa geração de transponders envia informações complementares para o órgão ATC.

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PRINCIPAIS CÓDIGOS TRANSPONDER – SIGNIFICADOS

SSR = CÓDIGO TRANSPONDER = Identificador de Radar Secundário de Vigilância.

2000 = NA POSIÇÃO STAND-BY = Código alocado quando em aeródromo que não disponha de serviço radar, ou em voo dela se aproximando, enquanto na ausência de instruções ATS relacionadas à definição de código.

7500 = INTERFERÊNCIA ILÍCITA = Identifica aeronave sendo objeto de ato anormal, como sequestro, bomba a bordo, etc.

7600 = FALHA DE COMUNICAÇÃO = Alerta os órgãos controladores que os equipamentos da aeronave apresentam falha(s) de comunicação.

7700 = EMERGÊNCIA = Identificando aeronave em situação de emergência, ou sendo interceptada.

O código transponder será alterado somente em situação de pane de rádio ou falha de comunicação (7600), sequestro (7500), emergência ou interceptação (7700), e/ou por solicitação de órgão controlador.

Em voo sob vetoração, os órgãos de controle podem requerer à aeronave o uso de código especialmente designado para a aeronave controlada, identificando-a especificamente no alvo radar.

POSIÇÕES CRÍTICAS – PROCEDIMENTOS EM AERÓDROMOS

  • POSIÇÃO 1 – Ao acionar motores, o transponder é ligado, mantido na posição STAND-BY e alocado no CÓDIGO 2000.
  • POSIÇÃO 2 – Não havendo instrução diferente, enquanto assim permanecer, ao alinhar na cabeceira da pista o transponder deve ser acionado na posição ALT, assim mantida até o término do voo.
  • POSIÇÃO 5 – Posição em que são declaradas a hora do pouso e a autorização para o táxi até o pátio de estacionamento. Neste ponto o Transponder deve ser desligado.

OPERAÇÃO TRANSPONDER – RESUMO

O botão liga/desliga do aparelho possui as seguintes funções:

1 – OFF – Desligado, assim mantido quando a aeronave taxia no aeródromo sem a intenção de decolar, e para desligar o equipamento imediatamente após o pouso, na Posição Crítica 5.

2 – STBY ou SBY – “STANDBY” – É posição intermediária que nada transmite, mas permite o uso imediato quando necessário. Neste posicionamento o piloto verifica a integridade de funcionamento do equipamento, pela luz do botão “IDENT”, que acende por 30 segundos, aproximadamente. Ao ligar o aparelho, e durante o táxi para a decolagem, o transponder deve ser posicionado em STANDBY, com o Código 2000.

3 – ON – Corresponde ao modo “A” de operação. Assim posicionado estará transmitindo o código de quatro dígitos que foi alocado no equipamento; o 2000 padrão, ou o fornecido pelo órgão controlador, identificando a ACFT na tela radar.

4 – ALT – Correspondente ao modo “C” de transmissão. Assim posicionado o equipamento transmite, além do código alocado, também a altitude do voo, que será mostrada na tela radar, permitindo outros dados identificativos.

5 – TST – TEST – Nesta posição é testada a integridade do funcionamento da lâmpada do botão “IDENT”, em caso da mesma permanecer sem indicação durante o voo.

O botão/lâmpada de identificação – IDENT – possui iluminação interna que pisca a intervalos irregulares, indicando que o aparelho está mantendo comunicação constante com a antena de radar.

Se esta luz estiver totalmente apagada, estará indicando problemas de transmissão do transponder, ou possível inoperância da lâmpada interna.

Se a lâmpada permanecer acesa, estará indicando provável inoperância de transmissão do aparelho.

Quando acontece solicitação do controlador, para que o piloto realize uma “verificação” do transponder, em razão de sinal fraco ou irregular na resposta obtida na tela radar, o piloto cumpre a seguinte sequência:

  • da posição normal que mantinha, ON (modo A) ou Alt (modo C), seleciona STANDBY;
  • retorna para a posição normal antes usada (modo A ou C);
  • pressiona o botão IDENT.

Nunca deve ser pressionada a tecla IDENT, salvo na solicitação e autorização do órgão de controle respectivo, conforme exemplificado.

A realização de uma “verificação” altera a imagem do alvo da aeronave na tela radar, exibindo sinal em cruz, que então é correlacionada pelo controlador de voo, dessa forma ocorrendo a chamada identificação radar, podendo o controlador empregar o termo “Contato Radar …”, para a referida ação.

Paulo Dirceu Dias
paulodias@pdias.com.br
Sorocaba – SP
26/06/2024

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