Pioneira na Aviação – Ada Rogato

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ADA ROGATO – São Paulo – 1910/1986 – foi destacada pioneira na aviação brasileira.

No Brasil foi a terceira mulher a obter habilitação como piloto de avião, primeira como piloto de planador, primeira como piloto agrícola, e primeira como paraquedista.

Vencendo dificuldades financeiras se tornou aluna no Aeroclube de São Paulo, em 1935 se habilitando como primeira piloto de voo em planador, em 1936 como primeira piloto de avião, e, no mesmo Campo de Marte, em 1941 recebeu credenciamento como paraquedista.

Também se destacou em acrobacias aéreas, desenvolvendo fama nacional e internacional, graças à ousadias praticadas em importantes proezas, fazendo dela vanguardista da aviação nacional.

Adepta incondicional da aviação esportiva, Ada se especializou em usar suas habilidades para divulgar a aviação. Entre acrobacias aéreas e saltos de paraquedas, noturnos inclusive, ajudava a atrair público para eventos aviatórios, organizados tanto na capital paulista como nos recém fundados aeroclubes do interior de São Paulo e de outros Estados.

Durante a Segunda Guerra Mundial, voluntariamente realizou 213 voos de patrulhamento aéreo do litoral paulista. Em 1948, quando as autoridades decidiram utilizar combate aéreo contra a broca-do-café, praga que ameaçava as plantações do nosso primeiro produto de exportação na época, ela aceitou desafio de cumprir tarefa que a transformou em pioneira na pulverização aérea no Brasil.

Em atividades profissionais foi funcionária pública estadual, iniciando em 1940 como escriturária no Instituto Biológico, vinculado à Secretaria da Agricultura. Aposentou-se em 1980, como chefe de seção técnica da Secretaria de Esportes e Turismo. Nos anos 1950, foi redatora de aviação da Revista dos Aviadores e da revista Velocidade.

A imprensa da época a cognominava como Milionária do ar, Gaivota solitária e Pássaro solitário.

FEITOS NOTÁVEIS

  • 1935 – Primeira mulher a ser credenciada como piloto de planadores.
  • 1936 – Terceira mulher a ser credenciada como piloto de avião.
  • 1941 – Primeira mulher a receber credenciamento como paraquedista.
  • 1943 – Foi campeã brasileira de paraquedismo, quando essa modalidade começava a ganhar os primeiros adeptos no Brasil como atividade esportiva.
  • 1948 – Foi campeã paulista de paraquedismo.
  • 1948 – Nas plantações de café, principal produto de exportação na época, foi pioneira na pulverização aérea no Brasil, combatendo a broca-do-café.
  • 1950 – Primeira piloto brasileira a atravessar os Andes, em ida e volta.
  • 1950 – Em reide por quatro países sul-americanos realizou demonstrações em paraquedas, tornando-se a primeira mulher a saltar no Paraguai e no Chile.
  • 1951 – Em navegação de aproximadamente 6 meses, foi a única navegadora do planeta a cobrir extensão de 51.064 km, em voo solitário, cruzando três Américas e chegando até o Alasca.
  • 1952 – Em realização inédita na história da aviação boliviana, foi a primeira piloto a atingir o aeroporto de La Paz, na Bolívia, então o mais alto do planeta.
  • 1952 – Reportado pelo amigo Teomar Benito Ceretta, segundo o historiador Luiz Felipe de Barros, Ada participou da maior revoada da América Latina, entre o Brasil e a Argentina, que reuniu aproximadamente 500 aeronaves, cujos pilotos foram recebidos e homenageados pelo embaixador brasileiro e pelo então presidente da Argentina Juan Domingos Perón. A também pioneira piloto Anésia Pinheiro Machado teria participado do mesmo evento.
  • 1956 – Em voo solitário, em pequeno avião sem rádio, apenas com uma bússola, foi a primeira piloto a cruzar a selva amazônica, na época cognominada por pilotos como temido “inferno verde”.
  • 1960 – Primeira navegadora a chegar sozinha à Terra do Fogo, no extremo sul do nosso continente.

Primeira paraquedista das Américas, recebeu a habilitação número um (1) de paraquedista, entre homens e mulheres, realizando 105 saltos, sendo a primeira mulher no planeta a saltar de helicóptero.

Foi a primeira mulher a receber a comenda da Ordem do Mérito Aeronáutico, no grau de Cavaleiro, a Comenda Asas da Força Aérea Brasileira, e o título de Piloto em “Honoris Causa” da FAB.

Teria realizado mais de mil “voos de coqueluche”, em época que acreditavam que respirar em atmosfera alta exterminava bactérias da doença.

Foi a primeira a pousar no aeródromo de Brasília, quando a capital do país ainda estava em construção.

Paulo Dirceu Dias
paulodias@pdias.com.br
https://www.pdias.com.br/
Sorocaba – SP
28/07/2024

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