Histórias de aviadores pioneiros, com seus voos desafiadores que se dividiam entre sucessos e tragédias nas origens da aviação comercial francesa.
NO CONTEXTO É O MELHOR LIVRO QUE LI
Utilizando importantes detalhes do aparecimento da aviação comercial francesa, que inicialmente transportava as malas postais do Correio Aéreo Francês entre diversos continentes, com a criação das Linhas Aéreas Latécoère, que evoluíram para Aéropostale, e finalmente Air France, o piloto e escritor Teomar Benito Ceretta descreve com primorosa e cativante mestria as histórias dos pioneiros pilotos, que realizavam voos de longa distância, geralmente em condições severas e inseguras, usando aviões ainda em iniciais experiências de construções, sujeitos à constantes panes que perigosamente proporcionavam muitos acidentes, além das carlingas abertas, expondo o piloto e eventual acompanhante às intempéries climáticas.
Nas longas navegações, sempre percorrendo etapas ininterruptas em voos continentais e transoceânicos, com rotas de milhares de quilômetros, tinham como instrumentos de orientação direcional somente bússola e altímetro, este que levavam pendurado ao pescoço como um precioso colar, vez que era impossível sua instalação no painel das aeronaves, cujas vibrações falseavam suas indicações.
Não existindo cartas e/ou mapas voltados ao uso aeronáutico, tampouco informações meteorológicas aceitáveis, estas precariamente exibidas em raras e deficientes observações, nunca de previsões como hoje existem, e voando aviões permanentemente sujeitos a inesperadas panes, os pilotos realizavam suas intensas trajetórias em voos visuais, dependentes de observações de referências na superfícies, quando possíveis, enfrentando as surpresas de mau tempo, às vezes tempestades violentas, e em toda trajetória sem aeródromos que pudessem ser usados em casos de emergências, na época inexistentes. Eram aventuras intensas, como aquelas sobre a desafiadora Cordilheira dos Andes, em grandes altitudes, para ligar a Argentina ao Chile com seus frágeis aeroplanos.
Com especial destaque para os pilotos Saint-Exupéry, Jean Mermoz e Henry Guillaumet, que fizeram fama em sua época dentre outros destacados pilotos, todos com suas histórias primorosamente relatadas, bem como de importantes mecânicos e outros auxiliares que aos poucos foram surgindo, como navegadores, radioperadores, dirigentes administrativos e outros colaboradores.
Os relatos sobre aqueles voos pioneiros, tão bem contados pelo autor, com riqueza de detalhes em sua narrativa, prende o leitor numa leitura envolvente e contagiante, a cada virada de página.
Importante para aficionados, adeptos e simpatizantes da aviação, a leitura é extremamente entusiasmante.
MAIS DETALHES SOBRE O LIVRO E CONTATOS COM O AUTOR
ALGUMAS IMAGENS DO LIVRO
REGIÕES E ROTAS PERCORRIDAS
Pag. 42 – A linha da África iniciava em Tânger e ligava-se
a Dakar, no Senegal, ao longo de 2850 km.
Pag. 52 – A linha da América do Sul unia Natal a Santiago do Chile.
Pag. 82 – Rota Toulouse – Dakar.
Pag. 156 – A linha no mapa permite ter uma ideia da dimensão
da rota de Toulouse a Santiago do Chile.
MAPA ADICIONAL – Regiões navegadas da França – Toulouse – à África, passando por Tânger no Marrocos, Saara Ocidental e Mauritânia, seguindo até Dakar, no Senegal, onde iniciavam voos transatlânticos até Natal, norte do Brasil, prosseguindo para o sul até Argentina, com voos adicionais para o Chile, Uruguai e Paraguai.
Pag. 157 – De Buenos Aires partiam duas rotas.
Uma para o norte no Paraguai e outra para a Patagônia, ao sul.
AVIÕES VOADOS NO PERÍODO
Capa – Breguet-14 em voo.
Pag. 25 – Um Breguet-14 com seus ocupantes em carlinga aberta.
O piloto ocupava o banco dianteiro. Às suas costas dois passageiros.
Pag. 36 – Um Breguet-14 Limusine com cabine fechada para passageiros.
O piloto tinha seu posto de pilotagem na parte externa, logo abaixo da asa superior.
Pag. 63 – Um Laté-26 em manutenção. Este avião, mais robusto que o Laté-25,
era destinado exclusivamente para o transporte de malas postais.
Pag. 80 – Saint-Exupéry e Henri Guillaumet diante de um Laté-28.
Pag. 92 – Este Laté-25 encontra-se preservado no Museu de Aeronáutica Nacional
em Morón, Buenos Aires. Saint-Exupéry voou neste avião e dividiu
a pilotagem com Mermoz e Henri Guillaumet na América do Sul.
Pag. 160 – Laté-28.3. O avião comercial da primeira travessia do Atlântico Sul.
Pag. 169 – Jean Mermoz, o segundo da esquerda para a direita. Ao seu lado,
com um cachimbo em mãos, o Engenheiro René Couzinet, em frente ao L’Arc-en-Ciel.
Pag. 200 – Guillaumet sobrevoa a Cordilheira dos Andes com o Potez-25, prefixo F-AJDZ.
MAIS DETALHES SOBRE O LIVRO E CONTATOS COM O AUTOR
O autor, Teomar Benito Ceretta, é natural de Sobradinho, RS. Foi Piloto Comercial por 37 anos, sendo 33 deles como Piloto Agrícola.
Possui bacharelato em Geografia com título de Geógrafo, tendo lecionado para curso superior por cinco anos.
É escritor e membro correspondente no Brasil de Institutos de Aviação no Chile e na Argentina.
Também é membro correspondente voluntário do INCAER da FAB – Força Aérea Brasileira.
Conheça outro livro do mesmo autor, Teomar Benito Ceretta. Use o link seguinte.
AVIAÇÃO – SONHOS, DRAMAS E AVENTURAS – ÓTIMO LIVRO
Do mesmo autor, conheça também a história da aviação agrícola no Brasil, detalhando todos os grupos credenciados pelo CAVAG – CURSO DE AVIAÇÃO AGRÍCOLA, de 1967 até 1991.
PILOTOS AGRÍCOLAS – RESGATE HISTÓRICO
Paulo Dirceu Dias
paulodias@pdias.com.br
Sorocaba – SP
01/12/2024