Em certas condições, pilotos e passageiros relatam visão de fenômenos luminosos em regiões oceânicas, avistados de grandes altitudes. Alguns descrevem brilho vermelho, enquanto outros mencionam brilho laranja e vermelho. Não é raro comentarem ser causados por zooplânctons.

Cientificamente, não são os zooplânctos os principais responsáveis pelo brilho intenso visível na superfície dos oceanos, como em fenômenos luminosos avistados de grandes altitudes, em voos e/ou naves espaciais. Esse brilho é, na verdade, causado principalmente por organismos bioluminescentes do fitoplâncton, especialmente por dinoflagelados.
Detalhes
1. O que causa o brilho visível no oceano – bioluminescência: O fenômeno do oceano “brilhando no escuro” é chamado de bioluminescência. Ocorre quando certos organismos marinhos emitem luz como resultado de reações químicas em seus corpos. Os principais responsáveis por esse efeito são:
- Dinoflagelados: um tipo de fitoplâncton, não zooplâncton. São unicelulares, fotossintéticos, e muitas espécies produzem luz azul-esverdeada quando agitados mecanicamente, por ondas, movimento de barcos ou animais nadando.
- Outros organismos bioluminescentes incluem: algumas medusas, vermes marinhos, krill, e certos copépodes, esses sim zooplâncton, mas raramente em quantidade suficiente para causar brilho visível em larga escala.
2. Visibilidade aérea: O brilho, que pode ser avistado até por satélites ou por pilotos em voos noturnos, é geralmente causado por blooms maciços de dinoflagelados bioluminescentes. Esses eventos podem iluminar grandes áreas do oceano por horas ou dias. O zooplâncton pode estar presente nesses ambientes, mas não é o causador direto desse tipo de luminosidade intensa e visível de longe.
3. Zooplâncton e bioluminescência: Algumas espécies de zooplâncton, como copépodes e salpas, também produzem luz bioluminescente, mas:
- Sua emissão é mais discreta.
- Ocorre mais frequentemente em águas profundas.
- Serve como defesa, para confundir predadores.
- Em geral, não é suficiente para causar o brilho visível em grandes áreas do mar.
Conclusão científica: O brilho oceânico visível de aviões, naves e estações espaciais, ou por meio de satélites, é causado principalmente por dinoflagelados bioluminescentes, que são fitoplâncton, não zooplâncton.
Embora alguns zooplânctons sejam bioluminescentes, seu efeito luminoso é geralmente restrito a ambientes profundos ou a escalas microscópicas, sem produzir os grandes espetáculos visuais que caracterizam os mares iluminados observados do alto.
Observações – Existem diferenças entre as espécies citadas.
Plâncton: conjunto de organismos, animais e vegetais, que flutuam ou derivam passivamente nas águas, sem capacidade de nadar contra correntes.
Fitoplâncton: parte vegetal do plâncton, formado por microalgas e cianobactérias que fazem fotossíntese, sendo base da cadeia alimentar aquática.
Zooplâncton: parte animal do plâncton, formado por pequenos animais ou larvas, como copépodes, krill, protozoários, que se alimentam de fitoplâncton ou outros zooplânctons.
Dinoflagelados: grupo específico de organismos do fitoplâncton, alguns também podem ser mixotróficos, caracterizados por dois flagelos e, em certos casos, bioluminescência.
Esses grupos têm papéis distintos no ecossistema aquático, mas podem interagir diretamente.
Fontes; pesquisas virtuais.
Paulo Dirceu Dias
paulodias@pdias.com.br
Sorocaba – SP
27/07/2025