Pela primeira vez cientistas conseguem flagrar o momento exato em que planetas começam a se formar, revelando os primeiros grãos de material rochoso se solidificando em torno de estrela jovem.
- A principal fonte científica da informação sobre a observação inédita da formação de planetas ao redor da estrela HOPS‑315 é artigo publicado na revista Nature Astronomy, uma das mais respeitadas publicações científicas na área de astrofísica.
- O estudo foi liderado por pesquisadores da NASA, da University of Michigan, e do Centro de Astrobiologia na Espanha, com colaboração de cientistas do consórcio dos telescópios James Webb Space Telescope – JWST – e Atacama Large Millimeter/submillimeter Array – ALMA.
O que foi descoberto?
- Detecção do início da formação planetária: Pela primeira vez, cientistas observaram diretamente a condensação de grãos minerais, como o dióxido de silício (SiO) gasoso se transformando em partículas cristalinas, dentro do disco protoplanetário que envolve a jovem estrela HOPS‑315, localizada a cerca de 1 300 anos‑luz, aproximadamente 12,3 quatrilhões de quilômetros, na constelação de Órion.
- Ferramentas utilizadas: A descoberta foi feita com dados obtidos pelo Telescópio Espacial James Webb, por espectroscopia infravermelha, para detectar os minerais, e pelo radiotelescópio ALMA, para determinar a distribuição espacial desses grãos.
A observação inédita
- Antes, astrônomos já haviam visto discos com possíveis planetas gigantes, como Júpiter, mas nunca tinham detectado a origem dos primeiros grãos sólidos em fase tão jovem. Estima‑se que a estrela tenha apenas 100 000 a 200 000 anos .
- Esses grãos são análogos aos primeiros condensados sólidos – CAIs – e inclusões de cálcio‑alumínio, encontrados em meteoritos do nosso Sistema Solar, que representam o “tempo zero” da formação planetária.
Localização no disco
- Os grãos estão sendo formados em região do disco equivalente à faixa do nosso cinturão de asteroides, entre as órbitas de Marte e Júpiter, reforçando a semelhança com os estágios iniciais da formação do Sistema Solar .
Implicações científicas
- HOPS‑315 como protótipo de Sol em formação: Trata-se de analogia muito próxima ao nosso Sol quando jovem, permitindo testes diretos de modelos de formação planetária.
- Processos universais: A evidência sugere que esse tipo de condensação de grãos cristalinos é comum em sistemas planetários, e não exclusivo do nosso.
- Novas pistas: Observações adicionais indicam que parte significativa do SiO gasoso pode já estar sendo “preso” dentro de estruturas maiores, planetesimais, o que fortalece a hipótese de formação de corpos rochosos desde fases extremamente precoces.
Limitações e próximas etapas
- Mesmo sendo avanço sem precedentes, ainda não há confirmação direta de CAIs ou planetesimais, apenas sinais promissores de que o processo inicial está acontecendo.
- O processo de formação de planetas se estende por dezenas a centenas de milhares de anos, portanto, prosseguir com a monitorização de HOPS‑315 e buscar outros sistemas similares é fundamental para reconstruir a evolução planetária em detalhes.
Conclusão
Essa é a primeira evidência direta e em tempo real dos primeiros passos da formação de planetas rochosos em torno de uma estrela jovem, por meio da observação de grãos minerais incipientes no disco de HOPS‑315. Este marco não só ilumina os mistérios da origem do nosso Sistema Solar, como abre caminho para uma nova era de estudos sobre o surgimento de planetas em todo o cosmos.
Fontes; pesquisas virtuais.
Paulo Dirceu Dias
paulodias@pdias.com.br
Sorocaba – SP
16/07/2025