A INDAGAÇÃO
As ERAS GLACIAIS PLANETÁRIAS são periodicamente provocadas por variações nos movimentos de translação do Planeta Terra em torno do Sol?
OS FATOS
Na translação, em órbitas elípticas, nosso planeta tem duas diferentes posições significativas em relação às suas distâncias do Sol; Periélio e Afélio.
- PERIÉLIO – Posição em qual a Terra está mais próxima do Sol, dele afastada em média aproximada de 147,1 milhões de quilômetros.
- AFÉLIO – Posição em qual a Terra está mais distante do Sol, dele afastada em média aproximada de 152,1 milhões de quilômetros.

QUANDO NO AFÉLIO, posição em que a Terra atinge suas maiores distância do Sol, temporalmente, nas órbitas elípticas, o afastamento do planeta oscila sequencialmente entre duas posições mais extremas, identificadas como Periastro e Apoastro.
- PERIASTRO – No Afélio, é o ponto da órbita da Terra em que se encontra mais próxima do Sol, recebendo determinada energia solar, na forma de temperaturas distribuídas desigualmente entre os dois hemisférios.
- APOASTRO – No Afélio, é o ponto da órbita da Terra em que se encontra mais distante do Sol, recebendo redução na incidência de energia solar, na forma de temperaturas menores distribuídas desigualmente entre os dois hemisférios.

Essas oscilações na distância do Sol e as consequentes diferenças nas temperaturas incidentes, afetam o clima no planeta.
Uniformemente os cientistas aceitam que Afélio e Periélio são responsáveis pelas variações climáticas, comprovadamente definindo as quatro (4) estações do ano; Verão, Inverno, Primavera e Outono. Entretanto, nem todos concordam que, no Afélio, a ampliação no afastamento do Sol, no Apoastro, é unicamente responsável pelas repetições sequenciais das Eras Glaciais do planeta.

- ESTAÇÕES DO ANO – A inclinação do eixo de rotação da Terra – Eclítica – e a variação na distância do Sol entre o Afélio e Periélio contribuem para a desigualdade e intensidade das estações climáticas. No Periélio, o Hemisfério Sul tem, em média, verão mais quente, enquanto no Afélio tem verão com menor intensidade. No Afélio essas condições se invertem entre os dois hemisférios, literalmente.
- CICLOS DE MILANKOVITCH – A inclinação e a precessão do eixo de rotação do planeta – excentricidades -, as variações de distâncias do Sol no Afélio, e os respectivos efeitos climáticos provocados, foram estudados e detalhados pelo engenheiro e geofísico Milutin Milankovitch (1859 – 1958), afirmando que, a longo prazo, contribuem para o início e término das Eras Glaciais.
ERAS GLACIAIS
Segundo Milutin Milankovitch, durante os períodos de menor radiação solar no planeta, no APOASTRO do Afélio, com a redução nas temperaturas, há Intensificação e ampliação na formação das Calotas Polares, com intensos congelamentos aos poucos progredindo e atingindo latitudes menores, congelando grande parte e/ou toda superfície terrestre e oceânica.
CICLOS GLACIAIS E INTERGLACIAIS – Conforme os ciclos de Milankovitch, as eras glaciais são influenciadas pelas variações na excentricidade da órbita terrestre nos afélios, com períodos que, nos APOASTROS dos Afélios, determinam as Eras Glaciais do planeta, com as consequências que seguem.
- MUDANÇAS NO NÍVEL DO MAR – Durante as eras glaciais, grandes volumes de água congeladas ficam interligados às calotas polares, resultando em níveis oceânicos mais baixos. Em períodos interglaciais, o derretimento do gelo aumenta o nível do mar.
- IMPACTO NA BIODIVERSIDADE – As eras glaciais forçam espécies a migrar, adaptar-se e/ou enfrentar extinção. Isso resulta em mudanças significativas na biodiversidade e na distribuição das espécies.
- PREVISÕES FUTURAS – Os cientistas continuam a monitorar os ciclos climáticos de Milankovitch, e as atividades humanas que podem influenciar esses padrões naturais. Afirmam que as atuais mudanças climáticas, impulsionadas pelo aumento dos gases de efeito estufa, estão alterando os ciclos naturais futuros.
ERAS GLACIAIS ACONTECIDAS
PRINCIPAIS ERAS GLACIAIS DA TERRA
As glaciações da Terra representam períodos de intensos resfriamentos globais, que deixaram marcas profundas na geologia, na biodiversidade e na história evolutiva do planeta.
GLACIAÇÕES CONHECIDAS
1. Glaciação Huroniana (2.4 – 2.1 bilhões de anos atrás)
- Origem e Causas – Provocada pelo aumento significativo do oxigênio na atmosfera, durante evento conhecido como Grande Oxidação. Este aumento reduziu os gases de efeito estufa, como o metano, causando resfriamento global.
- Efeitos – Camadas de gelo cobriram grandes porções do planeta. Consequências incluem grandes mudanças na química oceânica e o surgimento de formas de vida mais resistentes ao oxigênio.
- Duração – Cerca de 300 milhões de anos.
2. Glaciação Criogênica ou “Snowball Earth” (720–635 milhões de anos atrás)
- Origem e Causas – Possível combinação de redução nos níveis de CO₂ atmosférico e fatores geológicos, como rearranjos tectônicos que alteraram correntes oceânicas.
- Efeitos – A Terra foi coberta quase completamente por gelo. A evolução da vida complexa, especialmente as primeiras formas multicelulares, pode ter sido estimulada pelos desafios impostos.
- Duração – Vários episódios ao longo deste intervalo de tempo.
3. Glaciação Andino-Saariana (450–420 milhões de anos atrás)
- Origem e Causas – Redução nos níveis de gases de efeito estufa, combinada com uma fase de tectônica específica que afetou o clima.
- Efeitos – Afetou principalmente o hemisfério sul. Houve impactos na biodiversidade marinha durante esta época.
- Duração – Aproximadamente 30 milhões de anos.
4. Glaciação Karoo (335–260 milhões de anos atrás)
- Origem e Causas – Associada ao desenvolvimento de supercontinentes como o Gondwana, que influenciaram correntes oceânicas e atmosferas.
- Efeitos – Contribuiu para extinções e mudanças ecológicas significativas. A vegetação adaptada ao frio floresceu.
- Duração – Cerca de 75 milhões de anos.
5. Glaciação Quaternária (2.58 milhões de anos atrás)
- Origem e Causas – Flutuações orbitais da Terra (ciclos de Milankovitch), mudanças nos níveis de gases atmosféricos e rearranjos tectônicos.
- Efeitos – Períodos de glaciação e interglaciação alternantes. Impactos incluem migrações humanas, desenvolvimento de civilizações e modificações geográficas.
- Duração – A fase atual é interglacial (Holoceno) e dura cerca de 11.700 anos.
PREVISÃO DE NOVAS GLACIAÇÕES
Segundo modelos científicos, a próxima glaciação significativa está prevista para ocorrer dentro dos ciclos naturais da Terra, associados aos ciclos de Milankovitch, em dezenas de milhares de anos.
No entanto, as atividades humanas, como o aumento na emissão de gases de efeito estufa, estão alterando esses padrões e podem postergar ou mesmo modificar as dinâmicas naturais. É possível que uma futura glaciação seja menos intensa e/ou menos duradoura, dependendo de como o clima evoluir sob influência antropogênica.
Conforme observado, as eras glaciais naturais se sucedem. Os cientistas continuam estudando e monitorando os ciclos climáticos da Terra, para prever futuras eras glaciais.
As mudanças climáticas atuais, causadas principalmente pelas atividades humanas, certamente influenciarão os ciclos glacias naturais, tornando as previsões mais complexas.
O futuro da humanidade, e de nossos descendentes, dependerá dos cuidados que oferecermos ao nosso planeta.
Fontes; pesquisas virtuais.
Paulo Dirceu Dias
paulodias@pdias.com.br
Sorocaba – SP
Atualização em 24/03/2025