Cientistas desenvolvem método que usa bactérias geneticamente modificadas para converter plástico em paracetamol.
O feito
Pesquisadores da Universidade de Edimburgo publicaram em Nature Chemistry – 23 de junho de 2025 – um método inovador que usa bactérias E. coli geneticamente modificadas para converter plástico PET em paracetamol, um acetaminofeno.
Como funciona
- O PET das garrafas é quimicamente tratado, originando composto intermediário.
- Em contato com a E. coli modificada, ocorre rearranjo químico – reordenamento de Lossen – catalisado por fosfatos celulares, produzindo PABA – ácido para-aminobenzóico.
- Em seguida, genes de fungos e bactérias do solo permitem que a E. coli converta PABA em paracetamol.
- Todo o processo leva menos de 24 h, com rendimento de até 92 %, emitindo baixíssimos subprodutos;
Importância científica
- É a primeira ocorrência conhecida do rearranjo de Lossen em célula viva.
- O processo reúne química e biologia de forma inédita, abrindo caminho para economia circular na produção farmacêutica.
Vantagens ambientais e sustentáveis
- Usa plásticos PET descartados, principais fontes de resíduos plásticos globais, em 350 milhões de toneladas/ano.
- Converte resíduos em medicamento valioso, reduzindo o uso de petróleo e gerando baixas emissões de CO₂.
Fatos relevantes que se destacam
- Eficiência: Até 92 % de rendimento em menos de 24 horas.
- Processo suave: Temperaturas ambiente, sem necessidade de catalisadores pesados.
- Escalabilidade: Ainda em fase inicial, mais estudos são necessários para viabilização industrial.
- Financiamento: Apoio de EPSRC (Reino Unido), AstraZeneca e Edinburgh Innovations.
- Economia circular e supra reciclagem: Transforma plástico em produtos de alto valor – fármaco – ao invés de apenas reciclar para matéria-prima.
- Potencial futuro: A técnica pode ser adaptada para outros tipos de plástico e medicamentos, ampliando seu impacto sustentável.
O que falta avançar
- Escala industrial: Adaptação para produção em larga escala, segurança, custos e regulamentação.
- Validação: Testes de biossegurança, pureza farmacêutica e eficácia clínica do paracetamol produzido.
- Expansão: Explorar se a metodologia pode servir a outros plásticos, como polietileno, ou à produção de medicamentos mais complexos.
Conclusão
Esta tecnologia representa significativo marco em biologia sintética. Embora em estágio inicial, o avanço oferece visão prática de economia circular,
Pesquisas futuras podem abrir ainda mais possibilidades ecológicas com terapêuticas; bactéria convertendo plástico PET diretamente em paracetamol, com alta eficiência e baixo impacto ambiental, onde os resíduos se tornam recursos de alto valor, neste caso, um remédio.
CONHEÇA TAMBÉM
Fontes; pesquisas virtuais.
Paulo Dirceu Dias
paulodias@pdias.com.br
Sorocaba – SP
27/06/2025