Getúlio Dornelles Vargas nasceu em 19 de abril de 1882, em São Borja, no Rio Grande do Sul, em família de origem ligada às tradições políticas e militares da região.
Desde jovem demonstrou interesse pela vida pública. Formou-se em Direito em Porto Alegre e, como muitos gaúchos de sua geração, iniciou sua trajetória vinculada às disputas locais entre facções políticas que moldavam a vida no sul do país. Sua formação e ambiente o conduziram naturalmente à política.
Na década de 1900, Vargas começou sua carreira como advogado e logo ingressou na política regional. Foi deputado estadual e depois deputado federal, sempre associado ao Partido Republicano Rio-Grandense. Ganhou prestígio por sua oratória e por sua capacidade de articulação. Esse início consolidou sua reputação de político pragmático, disposto a negociar e ao mesmo tempo a defender posições firmes.
Em 1926, Vargas foi nomeado Ministro da Fazenda no governo Washington Luís. Nesse cargo, destacou-se por buscar reorganizar as contas públicas e enfrentar dificuldades fiscais. Sua atuação técnica e ao mesmo tempo política o projetou em âmbito nacional. Poucos anos depois, já era visto como líder natural da oposição à ordem então dominante, a chamada política do café com leite, que alternava paulistas e mineiros no poder.
Em 1930, liderou a chamada Revolução de 1930, movimento que contestou a eleição de Júlio Prestes e depôs o presidente Washington Luís. Vargas assumiu o poder em caráter provisório, inaugurando uma nova etapa da política brasileira.
Esse momento marcou o fim da Primeira República e abriu caminho para um Estado centralizador, em que a União passou a ter maior peso sobre os estados.
Entre 1930 e 1934, Vargas governou de forma provisória, tomando medidas de reorganização econômica e social, inclusive incentivando a industrialização e modernizando a legislação trabalhista.
Em 1934, foi eleito presidente pela Assembleia Constituinte. A tensão política, porém, cresceu, em parte pela instabilidade internacional e também por pressões internas.
Em 1937, alegando ameaça comunista, Vargas deu um golpe de Estado e instaurou o Estado Novo, regime de caráter autoritário que durou até 1945.
Nesse período, consolidou a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), em 1943, que até hoje é referência nas relações trabalhistas do Brasil. Por outro lado, o Estado Novo foi marcado pela censura, centralização do poder e supressão das liberdades políticas.
Com o fim da Segunda Guerra Mundial e a pressão interna e externa por democracia, Vargas foi deposto em 1945. Recolheu-se à vida privada, mas manteve forte influência política.
Em 1950, voltou ao cenário nacional e foi eleito presidente pelo voto direto, desta vez em clima democrático. Seu segundo governo (1951–1954) foi marcado por políticas nacionalistas, como a criação da Petrobras em 1953, que buscava garantir o controle do país sobre recursos estratégicos. Também enfrentou forte oposição de setores conservadores, da imprensa e parte das Forças Armadas.
A crise política se agravou em 1954 com o atentado da rua Tonelero, que resultou na morte do major da Aeronáutica Rubens Vaz e envolveu membros da guarda pessoal de Vargas. A pressão pela sua renúncia tornou-se intensa.
No dia 24 de agosto de 1954, Getúlio Vargas suicidou-se no Palácio do Catete, no Rio de Janeiro, deixando uma carta-testamento em que se apresentou como vítima de perseguições e defensor do povo.
Seu trágico desaparecimento transformou-o em mito político. A comoção popular foi imensa, milhões foram às ruas e sua imagem de líder que lutava pelo trabalhador se consolidou de forma definitiva.
Até hoje, Vargas é lembrado como figura central da política brasileira do século XX, tanto por seus avanços sociais e trabalhistas quanto pelas marcas autoritárias de seu governo.
Fontes; pesquisas virtuais.
Paulo Dirceu Dias
paulodias@pdias.com.br
Sorocaba – SP
07/09/2025