Qualidade de Vida Brasil e China

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Comparativos na Qualidade de Vida Brasil e China

BRASIL

Seque retrato sintético e comparável da qualidade de vida, bem-estar subjetivo e segurança no Brasil com base nas fontes internacionais e, quando útil, em bases nacionais recentes, mantendo datas para facilitar a leitura crítica.

Panorama geral. O Brasil está no grupo de desenvolvimento humano “alto”, com expectativa de vida voltando a subir após a pandemia; aparece na faixa intermediária do ranking de felicidade; melhora recente em segurança pública reduziu a taxa de homicídios ao menor nível em mais de uma década, mas o país ainda figura na metade menos pacífica do mundo no Global Peace Index e enfrenta baixa confiança institucional.

IDH (ONU/PNUD). O Brasil integra o estrato de “Alto Desenvolvimento Humano” no Relatório de Desenvolvimento Humano 2023/2024. A plataforma oficial do PNUD confirma a classificação do país nesse grupo e permite consultar série histórica por indicador. Em termos comparativos globais, o Brasil fica no meio da distribuição, abaixo das economias da OCDE e acima da média latino-americana de duas décadas atrás.

Felicidade e bem-estar subjetivo (World Happiness Report). A edição 2024 coloca o Brasil no bloco intermediário do ranking global, com pontuação de satisfação com a vida compatível com países de renda média-alta; o relatório foca diferenças por idade, confiança social e apoio. É a referência comparável mais usada para “felicidade” declarada em pesquisas.

Qualidade de vida urbana (Numbeo). As páginas de país da Numbeo mostram índice agregado de qualidade de vida para o Brasil e subíndices de custo de vida, poder de compra, saúde, trânsito, poluição e segurança; as capitais tendem a concentrar melhores serviços e maiores custos, enquanto cidades médias aparecem com melhor relação custo-benefício e pior mobilidade. Observação: a Numbeo é baseada em relatos e estimativas colaborativas; use como termômetro, não como estatística oficial.

Paz e segurança (Global Peace Index). Na edição 2024, o Brasil ficou na metade inferior do ranking mundial de paz, refletindo níveis de criminalidade e indicadores de segurança pública ainda desafiadores quando comparados a pares. O material oficial do IEP/Vision of Humanity reúne o relatório e os dados.

Saúde e longevidade (OMS e IBGE). A expectativa de vida ao nascer subiu para 76,4 anos em 2023, superando o nível pré-pandemia (76,2 em 2019), segundo as Tábuas de Mortalidade do IBGE; homens 73,1 e mulheres 79,7 anos. Na ótica da OMS, o Brasil gasta cerca de 10% do PIB em saúde (2021) e dispõe de dados consistentes de causas de morte; a página-país da OMS centraliza séries de esperança de vida e “vida saudável” (HALE).

Acesso a cuidados (cobertura universal). O indicador oficial da OMS/ONU para cobertura de serviços essenciais (UHC, meta 3.8.1 dos ODS) é apresentado na base WHO Data/World Bank; ele sintetiza 14 traçadores de serviços. O Brasil aparece com cobertura típica de países de renda média-alta e sistema público universal (SUS), embora haja desigualdades regionais e gargalos conhecidos.

Segurança pública – dados recentes do país. O Atlas da Violência 2025 (Ipea/FBSP) registrou 45.747 homicídios em 2023, o que corresponde a 21,2 por 100 mil habitantes, a menor taxa em 11 anos; a queda não elimina disparidades por região, raça, gênero e idade. O Anuário Brasileiro de Segurança Pública 2024 e o Mapa da Segurança Pública do MJSP detalham séries por tipo de crime e por estado.

Percepções de segurança e confiança social. O Gallup Law & Order Index 2023 atribuiu ao Brasil pontuação 74/100 (percepção de segurança e confiança nas forças de segurança), compatível com a média global, mas ainda com variações internas; a série Gallup é um bom complemento às estatísticas criminais.

Ambiente institucional. No Rule of Law Index 2024 (WJP), o Brasil ficou na 80ª posição entre 142 países (percentil 44%), com fragilidades em “ordem e segurança” e “justiça criminal”. Em corrupção percebida (CPI 2024), o país marcou 36/100. Esses indicadores ajudam a entender a componente institucional do bem-estar e da segurança.

Como ler tudo isso junto. Em termos de “qualidade de vida”, o Brasil combina IDH alto e ganhos recentes de longevidade com custo de vida moderado na comparação internacional, redes públicas de saúde e educação de cobertura ampla, e uma recuperação lenta — porém visível — em segurança pública. Na percepção subjetiva, segue no meio da tabela global de felicidade e confiança social; a sensação de segurança melhora menos depressa que os números e permanece muito desigual por território e grupo social.

CHINA

Segue retrato sintético baseado em fontes internacionais sobre qualidade de vida, bem-estar percebido e segurança na China, indicando o ano de referência, porque os rankings mudam anualmente.

Panorama geral.  O Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) 2023 coloca a China na faixa de “desenvolvimento humano alto”: valor 0,797 e 78º lugar global. Nesse quadro, a expectativa de vida estimada pelo próprio relatório é de 78,0 anos, com escolaridade esperada de 15,5 anos e renda nacional bruta per capita de US$ 22.029 PPC.

Bem-estar subjetivo (World Happiness Report). No World Happiness Report 2024, a China aparece perto do meio da tabela global, com escore médio em torno de 5,9 numa escala de 0 a 10; a própria equipe do relatório a posiciona no 60º lugar em 2024 (as classificações são médias trianuais). Em termos regionais, nota-se melhora de longo prazo desde 2012, ainda que abaixo dos países mais bem colocados.

Qualidade de vida “objetiva” (Numbeo). A leitura mais recente de meio de ano (Mid-Year 2025) da Numbeo indica para a China um Índice de Qualidade de Vida de 127,7 pontos e um Índice de Segurança de 66,0. Esses valores sugerem percepções relativamente positivas de segurança e saúde urbana, com pressões maiores em poluição e tempo de deslocamento, típicas de grandes centros. Lembre-se que é um agregador de percepções de usuários, útil como sinal, mas não oficial.

Paz e segurança (Global Peace Index). No Global Peace Index 2025, a China ocupa a 98ª posição entre 163 países, com escore 2,093 (quanto menor, mais pacífico). O resultado reflete, sobretudo, indicadores da dimensão “militarização” e “conflitos em andamento”, e não crime comum apenas.

Saúde: expectativa de vida e cobertura. A expectativa de vida total mais recente (série do Banco Mundial/WHO) fica perto de 78 anos em 2022–2023. A OMS mostra avanço sustentado do “HALE” (expectativa de vida saudável) desde 2000. Quanto a cobertura de serviços essenciais (índice UHC, metodologia OMS/Banco Mundial), estudos recentes registram progresso, mas com lacunas regionais e por renda.

Como ler tudo isso junto. O IDH e a expectativa de vida colocam a China em patamar de desenvolvimento humano alto e longevidade elevada para um país de renda média alta. O bem-estar subjetivo medido pelo World Happiness Report indica satisfação mediana com a vida, coerente com grandes heterogeneidades regionais e urbanas. As percepções captadas pela Numbeo sugerem boa sensação de segurança cotidiana em várias cidades, contrabalançada por poluição e trânsito. Já o Global Peace Index, focado em paz negativa e militarização, puxa o ranking para baixo, refletindo dimensões geopolíticas e de segurança nacional mais amplas do que “segurança nas ruas”.

Observações metodológicas importantes. Os relatórios usam conceitos diferentes: felicidade mede avaliação de vida autodeclarada; “paz” do GPI inclui fatores militares; Numbeo agrega percepções de usuários; e a OMS/World Bank priorizam resultados de saúde. Além disso, na China pesquisas de opinião ampla podem ter limitações de amostra e cobertura, o que recomenda comparar séries no tempo mais do que números absolutos de um único ano.

SITUAÇÃO POLÍTICA E SOCIAL BRASIL E CHINA

BRASIL

A Constituição Federal de 1988 é o fundamento que organiza o Estado brasileiro e estabelece o regime vigente. Ela foi concebida no período da redemocratização, após a ditadura militar (1964–1985), justamente para consolidar um sistema democrático, com separação de poderes, garantia de direitos fundamentais e participação popular.

Pelo texto constitucional, o Brasil é uma República Federativa que se rege por um Estado Democrático de Direito. Isso significa que:

  1. O poder emana do povo – princípio do artigo 1º, parágrafo único, que prevê o exercício desse poder por meio de representantes eleitos (democracia representativa) e, em menor medida, de mecanismos de participação direta (como plebiscito, referendo e iniciativa popular).
  2. Separação de poderes – Executivo, Legislativo e Judiciário atuam de forma independente e harmônica (artigo 2º). Nenhum deles pode, em teoria, se sobrepor aos demais.
  3. Direitos e garantias fundamentais – previstos no artigo 5º e seguintes, funcionam como limites à atuação do Estado, inclusive para proteger os cidadãos contra abusos de autoridade.

Assim, em termos jurídicos e formais, o regime brasileiro é democrático. No entanto, na prática, fatores políticos, sociais e administrativos podem fragilizar esse regime, como:

  • uso abusivo de medidas provisórias pelo Executivo;
  • interferências e disputas entre os poderes;
  • pressões econômicas e sociais que limitam a efetividade de direitos;
  • eventuais práticas autoritárias que tensionam a Constituição.

Esses elementos não anulam o caráter democrático do regime, mas podem indicar riscos de enfraquecimento institucional, criando situações de instabilidade.

Portanto, a predominância é de regime democrático, ainda que, em certos momentos, práticas políticas possam gerar distorções que flertam com traços autoritários ou patrimonialistas. O que sustenta a democracia é justamente a aplicação contínua da Constituição e a vigilância da sociedade civil sobre o respeito a seus princípios.

CHINA

A China possui Constituição em vigor, promulgada em 1982 e emendada diversas vezes, que organiza formalmente o Estado, define instituições e estabelece direitos. No papel, a Constituição chinesa prevê a existência de um Estado socialista de direito, com Assembleia Nacional Popular (ANP) como órgão supremo, além de tribunais e órgãos administrativos.

Na prática, porém, a organização política e administrativa do país é estruturada de modo bastante distinto de democracias como a do Brasil.

Alguns pontos essenciais:

  1. Predominância do Partido Comunista Chinês (PCC)
    A Constituição reconhece o PCC como força dirigente do Estado e da sociedade. Isso significa que, ainda que existam Legislativo, Executivo e Judiciário, todos funcionam sob a liderança e orientação do partido único.
  2. Legislativo
    A Assembleia Nacional Popular é formalmente o órgão supremo do poder estatal, mas seus membros são escolhidos de forma controlada, com base em listas aprovadas pelo PCC. Na prática, a ANP ratifica as diretrizes previamente decididas pelo partido.
  3. Executivo
    O Conselho de Estado, equivalente ao governo central, e a Presidência da República também são subordinados à linha do PCC. As principais posições de liderança do Estado são ocupadas por quadros do partido, e as decisões seguem a hierarquia partidária.
  4. Judiciário
    O sistema judicial existe, mas não é independente. Os tribunais atuam em conformidade com as diretrizes políticas do PCC. Questões sensíveis, especialmente de caráter político ou ideológico, não são julgadas com base apenas no direito positivo, mas também em critérios partidários.
  5. Direitos e garantias
    A Constituição prevê direitos fundamentais, liberdade de expressão, religião, associação etc., mas estes são limitados na prática. O Estado pode restringi-los em nome da ordem social, da estabilidade ou dos interesses do partido.

Dessa forma, a Constituição chinesa não estabelece uma democracia no sentido liberal, como no Brasil, mas sim, um regime de partido único com centralização de poder, caracterizado por forte controle político e social.

Esse modelo é geralmente classificado como regime autoritário de partido único ou, em termos oficiais chineses, “democracia popular sob a liderança do Partido Comunista”, o que, na prática, corresponde a sistema predominantemente ditatorial, com mecanismos consultivos e participativos, mas sem alternância de poder nem pluralismo político real.

Resumindo: enquanto o Brasil se enquadra formalmente e substancialmente em um regime democrático, mesmo com distorções, a China se enquadra formalmente em regime socialista de partido único e, na prática, em regime ditatorial de controle centralizado pelo PCC.

AVALIAÇÃO COMPARATIVA

Segue avaliação comparativa, organizada e focada em métricas internacionais recorrentes, complementadas por bases oficiais, para chegar a juízo equilibrado sobre qualidade de vida, bem-estar percebido e segurança no Brasil e na China, e sobre os principais trade-offs de viver sob cada regime.

Ponto de partida comum. Em desenvolvimento humano, os dois países estão no estrato “Alto”. Segundo o Relatório de Desenvolvimento Humano 2025 (tabela estatística referente a 2023), a China tem IDH 0,797 e o Brasil 0,786; em ranking global, ambos ficam na metade intermediária, com a China levemente à frente.

Bem-estar subjetivo. No World Happiness Report 2024, o Brasil aparece no grupo médio do ranking e a China também fica no meio da tabela; o relatório usa médias trianuais do Gallup e compara satisfação com a vida, apoio social e confiança. Esses achados estão alinhados com a síntese do seu arquivo.

Qualidade de vida urbana e percepções do cotidiano. A Numbeo, que agrega percepções de moradores, aponta para 2025 que a China, em média, tem avaliação de segurança urbana mais alta que a do Brasil, enquanto o Brasil tende a exibir custo de vida menor e poder de compra mais limitado; a própria utilidade e limites da Numbeo merece cautela metodológica.

Paz e segurança em sentido amplo. No Global Peace Index 2025, a China está no 98º lugar (quanto menor a pontuação, mais pacífico), e o Brasil no 154º de 163, sinal de maior exposição a violência interna e outros fatores de “paz negativa”.

Segurança pública no Brasil. O Atlas da Violência 2025 reporta 45.747 homicídios em 2023, taxa de 21,2 por 100 mil habitantes, menor nível em 11 anos, mas com grandes desigualdades regionais e raciais; a série do Anuário de Segurança também mostra melhora recente, sem alterar o fato de que o patamar segue alto em comparação internacional.

Longevidade e saúde. A expectativa de vida de brasileiros voltou a subir e alcançou 76,4 anos em 2023 segundo o IBGE; na China, o dado oficial mais recente indica 78,6 anos em 2023, com mortalidade infantil e materna mais baixas. Em cobertura de serviços essenciais (UHC/OMS), ambos são típicos de renda média-alta, com desigualdades internas.

Ambiente institucional e liberdades. Em 2025, a Freedom House classifica o Brasil como “Livre” (72/100) e a China como “Não Livre” (9/100), refletindo diferenças grandes em competição política, imprensa e liberdades civis. Essa distinção ajuda a entender parte das diferenças entre “ordem” percebida e liberdade de escolha.

Leitura integrada por país. BRASIL: IDH alto e expectativa de vida em recuperação; felicidade e bem-estar subjetivo no meio da distribuição global; queda recente da violência letal, ainda com patamares elevados e assimetrias; instituições democráticas com pluralismo e alternância, porém com desafios de confiança social, efetividade do Estado e desigualdade territorial.

Leitura integrada por país. CHINA: IDH alto e longevidade superior à do Brasil; percepções urbanas de segurança cotidianas relativamente favoráveis, com tensões de poluição e trânsito em grandes centros; posição mediana em felicidade; paz negativa moderada no GPI, puxada por militarização e fatores geopolíticos; ambiente político de partido único com controles extensos sobre mídia, internet e sociedade civil. Esses pontos aparecem organizados e são consistentes com fontes internacionais.

CONCLUSÃO COMPARATIVA E TRADE-OFFS PARA A VIDA DAS PESSOAS

Em segurança cotidiana e longevidade, viver na China tende a oferecer vantagens médias – ruas mais seguras segundo percepções agregadas, expectativa de vida maior e entrega estatal mais homogênea em serviços básicos urbanos – ao custo de ambiente político e informacional muito mais restrito, com baixa proteção a liberdades civis e quase nenhuma alternância de poder.

Em liberdade política, expressão e pluralismo, o Brasil oferece vantagens claras, com eleições competitivas, imprensa e sociedade civil mais livres, mas enfrenta custo real em segurança pública e desigualdade territorial, o que piora a percepção de bem-estar em parte da população.

Na métrica de felicidade, nenhum dos dois se destaca mundialmente; ambos ocupam posições intermediárias, e as diferenças de bem-estar parecem vir mais de “segurança objetiva” e “liberdades” do que de satisfação média autorreferida.

Em termos de “vantagens de regime”, a escolha de valor é explícita: quem prioriza ordem pública e previsibilidade material, aceitando controles políticos amplos, perceberá vantagens no modelo chinês; quem valoriza direitos civis, voz política e pluralismo, aceitando conviver com maior risco de crime e variação de qualidade dos serviços conforme o lugar, perceberá vantagens no modelo brasileiro.

Notas rápidas de método e de incerteza

A Numbeo é útil como termômetro, mas não é oficial; o World Happiness Report usa amostras do Gallup, com limites em contextos de baixa transparência; o GPI mede “paz negativa” e não “criminalidade de rua”; e, no caso da China, pesquisas de opinião podem sofrer viés de seleção e autocensura.

Referências principais usadas: UNDP HDR 2025 (tabela de IDH 2023); World Happiness Report 2024; Numbeo 2025; Global Peace Index 2025; IBGE Tábuas de Mortalidade 2023; National Health Commission da China 2023; Freedom House 2025; Atlas da Violência 2025 (Ipea/FBSP).

Quadro comparativo, com três linhas temáticas.

Qualidade de vida comparada: Brasil × China

Vida e saúde
Brasil
– IDH 0,786; expectativa de vida 76,4 anos (2023, IBGE); saúde universal (SUS), mas desigualdades regionais e gargalos; felicidade média no ranking global.
China – IDH 0,797; expectativa de vida 78,6 anos (2023); serviços básicos urbanos mais homogêneos; felicidade também em posição intermediária.

Segurança e paz
Brasil
– Queda recente de homicídios (21,2 por 100 mil em 2023, menor em 11 anos), mas ainda alta criminalidade e desigualdades; Global Peace Index 2025: 154º de 163.
China – Percepção urbana de segurança cotidiana mais favorável; baixa criminalidade violenta; Global Peace Index 2025: 98º de 163 (impacto de militarização e geopolítica).

Liberdades e instituições
Brasil
– Democracia plena segundo Freedom House (72/100, “Livre”); pluralismo político, imprensa e sociedade civil atuantes; desafios de confiança e efetividade do Estado.
China – Regime de partido único; Freedom House 2025: 9/100 (“Não Livre”); controle político e informacional amplo; maior previsibilidade institucional, mas sem pluralismo nem alternância.

Conclusão comparativa

O Brasil e a China se encontram em patamar semelhante de desenvolvimento humano, ambos classificados como “alto” pelo PNUD, com a China levemente à frente. Em termos de longevidade, acesso a serviços básicos urbanos e percepção de segurança cotidiana, a China mostra vantagens médias, refletindo maior capacidade estatal de garantir previsibilidade e ordem. Isso se traduz em expectativa de vida mais alta, ruas percebidas como mais seguras e menor exposição da população à violência cotidiana que ainda afeta o Brasil.

O Brasil, por sua vez, oferece um ambiente político aberto, democrático, com liberdade de expressão, imprensa e pluralismo institucional. Apesar dos altos índices de criminalidade, desigualdade social e fragilidades no funcionamento do Estado, a população desfruta de direitos civis e políticos que não existem na China. Essa abertura garante mecanismos de participação, fiscalização e alternância de poder, valores centrais para muitos cidadãos.

No campo do bem-estar subjetivo, ambos os países aparecem em posição intermediária nos rankings de felicidade, sugerindo que nem maior ordem, no caso chinês, nem maior liberdade, no caso brasileiro, se traduzem automaticamente em maior satisfação de vida.

A leitura integrada sugere que a principal diferença não está apenas nos resultados objetivos de qualidade de vida, mas sobretudo na troca entre segurança e previsibilidade social, oferecidas pela China, e liberdade e pluralismo democrático, garantidos no Brasil.

Para quem valoriza estabilidade, menor criminalidade e maior expectativa de vida, a China pode parecer vantajosa, mesmo ao custo da ausência de liberdades políticas. Para quem valoriza direitos civis, participação democrática e autonomia individual, o Brasil oferece vantagens inegáveis, ainda que com mais altos riscos sociais e de segurança.

Em resumo: a China tende a entregar mais ordem e segurança, mas menos liberdade; o Brasil garante mais liberdade e pluralismo, mas enfrenta maiores desafios de segurança e desigualdade. A escolha de qual regime representa “melhor qualidade de vida” depende, portanto, de qual valor, segurança ou liberdade, cada indivíduo considera central para o bem-estar.

Conclui-se que Brasil e China oferecem modelos contrastantes de qualidade de vida e bem-estar.

A China apresenta maior expectativa de vida, serviços básicos urbanos mais homogêneos e sensação de segurança cotidiana mais estável, mas ao custo de fortes restrições a liberdades civis e políticas.

O Brasil, em contrapartida, assegura democracia, pluralismo e liberdade de expressão, valores centrais para uma sociedade aberta, embora conviva com desigualdade, fragilidade institucional e altos índices de violência.

Em última análise, trata-se de escolha entre ordem e previsibilidade de um lado, e liberdade e pluralismo de outro, dilema que expõe os diferentes caminhos de cada nação na busca por qualidade de vida para sua população.

PRESIDENTE LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA E PRESIDENTE XI JINPING

Seguindo a linha dos estudos anteriores, avaliação considera o respeito aos princípios constitucionais e às práticas políticas recentes de cada país, em versões breves e conclusivas.

No Brasil, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva atua em regime democrático consolidado, submetido à fiscalização de instituições independentes, como Congresso, Supremo Tribunal Federal e Ministério Público. Em regra, sua gestão demonstra; compromisso com os mandamentos constitucionais, ainda que haja críticas de opositores quanto à condução de políticas econômicas, alianças políticas e tensões ocasionais com o Judiciário. A Constituição funciona como limite e parâmetro obrigatório, e sua observância é condição essencial para a legitimidade presidencial.

Na China, o presidente Xi Jinping exerce o poder em sistema de partido único, em que a Constituição tem peso formal, mas está subordinada à supremacia do Partido Comunista. Xi fortaleceu ainda mais a centralização do poder, alterando regras constitucionais para ampliar sua permanência no cargo. Embora a narrativa oficial sustente que suas ações estão alinhadas ao interesse nacional e aos princípios constitucionais chineses, na prática a interpretação é flexível, servindo sobretudo como instrumento de legitimação do poder político e de estabilidade social, e não como limite efetivo de governo.

Conclusão: Lula se move dentro de um regime constitucional democrático que impõe limites e garante pluralidade institucional, enquanto Xi atua em regime de centralização e controle, no qual a Constituição tem função subordinada ao partido e ao líder. Ambos se apoiam em seus respectivos textos constitucionais, mas o grau de respeito e de limitação ao poder presidencial é radicalmente distinto.

O DITADOR XI JINPING

Xi Jinping de fato governa em condições típicas de regime autoritário centralizado, sem alternância de poder e com forte limitação das liberdades políticas. Nessa perspectiva, a classificação como ditador encontra respaldo, sobretudo no Ocidente.

Ao mesmo tempo, é inegável que Xi se diferencia de muitos outros líderes autoritários, por combinar o controle político com projetos de desenvolvimento econômico e tecnológico estruturados, acompanhados de planejamento estratégico de longo prazo.

Esse pragmatismo lhe confere a imagem de dirigente que busca estabilidade, crescimento e fortalecimento internacional da China, na prática o tornando em governante com maior racionalidade e visão de Estado do que ditadores que se sustentam apenas em poder, repressão e/ou enriquecimento pessoal.

Contudo, identificarem Xi como “ditador sensato” é simplificação exagerada. A sensatez depende do ponto de vista: para a população chinesa que se beneficia do progresso material e da ascensão internacional do país, seu governo pode ser visto como bem-sucedido. Para defensores de direitos humanos e liberdades democráticas, ele é criticado pelo controle rígido, vigilância estatal e ausência de pluralidade política.

Portanto, em comparação com ditadores ativos em outras nações, Xi Jinping se mostra mais inteligente, pragmático e voltado ao fortalecimento nacional, mas isso não elimina o caráter autoritário do regime. Ele pode ser descrito como um “ditador estratégico e racional”, que governa com projeto de longo prazo em favor do desenvolvimento, embora à custa de severas restrições às liberdades civis.

Portanto, Xi Jinping, embora governando como ditador, distingue-se de outros líderes autoritários por combinar centralização e pragmatismo com sucesso, revelando-se como dirigente estratégico que, ao custo de severas restrições políticas, impulsiona com êxito o intenso progresso da China e de sua população.

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CIDADES INTELIGENTES DA CHINA

Fontes; pesquisas virtuais.

Paulo Dirceu Dias
paulodias@pdias.com.br
Sorocaba – SP
20/08/2025

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