Turbulências Em Voos

Compartilhar

Seis das dez rotas de voo com mais turbulência do planeta estão na América do Sul.

Quem viaja pela América do Sul em transporte aéreo, especialmente pela região dos Andes, tem grandes chances de enfrentar turbulência no voo. Isso porque 6 das 10 rotas aéreas que mais “chacoalharam” em 2024 passam por lá, segundo ranking do Turbli, site que monitora esse fenômeno.

O topo da lista é ocupado pelo trecho entre o Aeroporto Internacional El Plumerillo (MDZ), em Mendonza, na Argentina, e o Aeroporto Internacional Arturo Merino Benitez (SCL), em Santiago, no Chile.

A Argentina é o país mais presente no levantamento: aparece na 1ª, 2ª, 3ª, 4ª e 10ª posições. Trajetos na Ásia também estão entre os mais turbulentos. Não há rotas que passam pelo Brasil na lista.

A maioria das rotas mais turbulentas da lista fica próxima a áreas montanhosas, como a Cordilheira dos Andes ou o Himalaia. Segundo o Turbli, essas formações podem contribuir para o fenômeno.

O ranking é feito desde 2022, com base em dados da Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos EUA (NOAA) e do Met Office, serviço meteorológico oficial do Reino Unido.

A análise considera 10 mil rotas entre os 550 maiores aeroportos do mundo. A cada mês, são monitorados 20 voos por trecho, e o resultado anual é a média dos dados coletados.

O Turbli mede a intensidade da turbulência em edr, índice que considera a velocidade dos ventos e a energia envolvida. Quanto maior o edr, mais forte é a turbulência.

De zero a 20 ela é considerada leve; de 20 a 40, moderada; de 40 a 60, forte; de 60 a 80, severa e de 80 a 100, extrema. No ranking, mesmo as rotas mais turbulentas não ultrapassaram o nível moderado.

Turbulência na aviação

Na aviação, turbulência é o movimento irregular e imprevisível do ar que faz o avião sacudir, subir ou descer de forma brusca. Acontece porque o ar é fluido em constante movimento, com correntes ascendentes e descendentes invisíveis.

Essas variações surgem principalmente por diferenças de temperatura e pressão, ventos fortes, proximidade de tempestades, passagem sobre montanhas ou até pelo deslocamento de outros grandes aviões.

No voo, a turbulência interfere causando vibrações e movimentos rápidos na aeronave. Do ponto de vista técnico, o avião está preparado para suportar forças muito maiores do que as geradas por turbulência comum, mas para os passageiros, a sensação pode ser desconfortável ou até assustadora.

Normalmente, o efeito mais frequente é o “sacolejo” que dificulta andar pelo corredor ou manter um copo de líquido sem derramar. Em casos moderados ou severos, pode haver quedas bruscas de alguns metros, gerando sensação de “perda de peso” momentânea.

Para os passageiros, isso costuma provocar desde simples incômodo até medo intenso. Reações comuns incluem agarrar o braço da poltrona, segurar-se nas pessoas ao lado, rezar, ou, em raros casos, entrar em pânico.

Risco real acontece para quem está em pé ou sem cinto: uma sacudida forte pode causar ferimentos por queda ou impacto com partes internas do avião.

Entre os tipos mais conhecidos, há a turbulência em céu claro – clear air turbulence -, que ocorre sem nuvens visíveis, geralmente em grandes altitudes, e a turbulência causada por tempestades, convectivas, que pode ser detectada e desviada com mais facilidade pelos radares.

Mesmo nos casos extremos, turbulências não representa risco estrutural aos aviões. Em raras ocorrências passageiros sofrem consequências.

Alguns casos famosos de turbulência intensa mostram que, embora a aeronave suporte bem, o problema maior é para quem está dentro.

Em dezembro de 1997, um Boeing 747 da United Airlines, voando de Tóquio para Honolulu, encontrou inesperada turbulência severa sobre o Pacífico: passageiros que não usavam o cinto foram arremessados, resultando em dezenas de feridos e uma morte.

Mais recente, em maio de 2024, um voo da Singapore Airlines enfrentou turbulência extrema sobre Mianmar, fazendo o avião perder altitude repentinamente; além do susto inesperado, vários passageiros ficaram feridos, e houve uma morte.

Em ambos os casos, o avião pousou em segurança, mas a experiência foi traumática.

De forma simples: turbulência é como estar em um ônibus veloz passando por inesperados buracos e lombadas.

Os aviões são projetados para resistir à essas ocorrências, mas o corpo humano e a mente podem reagir de forma intensa. O cinto afivelado, mesmo quando o aviso está apagado, é a melhor proteção para evitar ferimentos.

Fontes; pesquisas virtuais.

Paulo Dirceu Dias
paulodias@pdias.com.br
Sorocaba – SP
11/08/2025

Compartilhar